Fonte: catholic.net
Autor: anónimo
Traduzido e adaptado por mim, Teresa Moreno
e publicado originalmente no meu blog
(aqui)
«Tem-se considerado como «família numerosa», toda aquela família onde exista um número de filhos igual ou superior a três, algo que, nos tempos actuais, é cada vez mais escasso, por distintas razões que agora não vêm ao caso.
Por hora, o que é verdadeiramente importante é que se conheçam as muitas vantagens de que as crianças desfrutam quando crescem numa família que lhes deu mais irmãos. Também importa saber de que modo é que uma tal situação – de uma família grande – pode ajudar as crianças a formar-se desde pequenas.
Embora seja verdade que o carácter de alguém vem também determinado desde o momento da concepção, não deixa de ser igualmente verdadeiro que a grande maioria dos aspectos que influenciam a personalidade de um ser humano são adquiridos e evoluem, tendo estreita relação e dependência da educação e do contexto em que se cresce.
Nesta perspectiva, os filhos de famílias numerosas crescem e formam-se em condições muito diferentes das que acompanham o crescimento de um filho único, condições estas que os levam a desenvolver, com muito mais facilidade e rapidez, uma série de capacidades/características/virtudes/qualidades de carácter. Citamos, somente a título de ilustração, algumas das mais importantes:
-Aprendem mais facilmente a partilhar, são generosos por natureza;
-São mais autónomos no que se refere a gestão de crises e conflitos – têm maior apetência para a inteligência prática, para solucionar problemas – são mais pragmáticos;
-Desenvolvem, desde pequenos, com muito mais naturalidade e sem grandes esforços, um forte espírito de serviço;
-Têm maior tendência para a virtude da paciência e do respeito pelos que os circundam, já que, desde muito cedo, aprendem a conviver com os outros que, geralmente, apresentam traços de personalidade substancialmente diferentes dos seus;
-São menos caprichosos, mimados, individualistas e egoístas, uma vez que têm consciência de que os seus pais não podem concentrar-se unicamente neles;
-São por norma mais sensíveis às necessidades, realização e bem-estar dos outros, independentemente de serem ou não da sua família;
-Valorizam muito a família, atribuem-lhe grande importância e preocupam-se pelo todo familiar, bem como pelo bem-estar individual de cada um dos seus membros;
-São crianças mais activas – em vez de lamentar-se, procuram agir para resolver;
-Criam-se mais facilmente relações de amizade, sã convivência e inter-ajuda entre os irmãos;
-Têm um profundo sentido do dever e grande consciência das suas responsabilidades, haja vista que, desde tenra idade, foram habituados a ter a seu cargo alguns trabalhos no lar, bem como o cuidado dos irmãos mais novos;
-São propensos a crescer e amadurecer mais depressa, respondem melhor a desafios e a dificuldades, já que aprenderam a fazê-lo quase desde que nasceram;
-São conscientes dos esforços que os seus pais fazem para dar-lhes os bens materiais de que necessitam e, por isso mesmo, têm menos tendência a usar mal os recursos (dinheiro, energia, água, material escolar, alimentos, etc.) que têm ao seu alcance;
-São crianças que estão sempre acompanhadas e, assim, crescem num ambiente familiar de amor e fraternidade;
-São donos de uma extraordinária tolerância relativamente às frustrações – alheias e dos outros;
-São pessoas muito mais compreensivas diante das situações difíceis e assumem as adversidades com interesse, esforço e fortaleza de carácter;
-Devido às condições económicas – geralmente boas – e às demais circunstâncias a que estão sujeitas estas famílias, estas crianças costumam estar muito próximas de Deus e dos valores, fortalecendo-se moral e espiritualmente uns aos outros.
Não é demais acrescentar que as características e virtudes acima expostas são um comportamento padrão que adoptam as crianças quando recebem dos seus pais uma boa educação e são criadas num ambiente são e repleto de amor, tendo sempre por base uma família sólida.
Não obstante tudo isto, há seguramente casos excepcionais em que as crianças não se comportam deste modo e, por exemplo, revoltam-se perante a possibilidade de partilhar os seus brinquedos, o seu quarto e até os seus pais; perante a possibilidade de dividir uma eventual herança com os seus irmãos mais velhos, etc. Mas estas excepções enquadram-se no tipo de personalidade que cada um se permite desenvolver e estruturar ao longo da infância e adolescência. Aos pais compete, pois, colaborar quanto possam na formação do carácter e na estruturação da personalidade dos seus filhos, a fim de ajudá-los a trabalhar estes defeitos e a vencê-los posteriormente, bem como a adquirir certas virtudes humanas muito necessárias.
Em suma, a família numerosa bem constituída é um exemplo de amor, disciplina, capacidade de partilhar, generosidade, respeito, compreensão, ordem e todos os demais valores que fazem com que todos os membros de uma família experimentem e vivenciem, a cada dia, uma preciosíssima aprendizagem para toda a vida.»
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