Retirado do Blog da Família
por Paulo Roberto Campos
Um repórter de televisão, filmando restos daquele “dilúvio” — a maior catástrofe natural na história da nação japonesa —, ficou perplexo (e até meio indignado) ao ver um senhor atravessando os destroços de casas, carros, barcos etc. etc. etc., mas... sorrindo! O local parecia ter sido bombardeado, não restava pedra sobre pedra — um cenário para chorar e não para rir.
O repórter não agüentou e foi entrevistar o sorridente japonês:
— Escuta aqui, tudo foi destruído, falta comida, falta água, falta luz, falta tudo; o senhor não se abala com isso?
— Sim, falta tudo. Perdi meu barco, perdi tudo, mas... encontrei meu filho vivo debaixo de minha casa destruída! Estou sem teto, mas posso reconstruir tudo de novo, entretanto não poderia reconstruir a vida de meu filho. Se eu não o conseguisse resgatar, eu é que estaria destruído definitivamente! Eu daria minha vida para salvá-lo!
Vemos que o terremoto abalou tudo, mas não abalou o senso moral de um pai. Uma magnífica lição de vida para todos, até mesmo para os inescrupulosos aborteiros e para certas progenitoras que transformam seus ventres em túmulos para os filhos, em nome de um propalado “direito da mulher a seu próprio corpo”.
Lembro-me ter ouvido alguém contar que uma mãe, após um aborto, não teve mais sossego na vida. Sua consciência noite e dia a acusava do crime cometido, como que ouvindo uma voz que sempre lhe perguntava: “Mamãe, por que a senhora me rejeitou?”
Apavorada, ela procurou um juiz e confessou o crime. Afirmou que por egoísmo, para poder viajar tranquilamente, frequentar festas etc., decidiu por abortar a criança. E acrescentou:
— “Por isso, peço que o senhor me condene. Preciso pagar pelo meu erro de ter preferido os prazeres fáceis da vida, a ter a alegria de cuidar de um filho que Deus me deu”.
— “Senhora — sentenciou o juiz — não é a mim que deve confessar seu delito. Procure um sacerdote e se confesse a ele, assim, terá paz em sua consciência”.
A pobre mãe, profundamente arrependida de ter praticado aquele crime, cumpriu a exemplar sentença. Ela procurou um bom padre, confessou-se em lágrimas e realmente readquiriu a paz de alma; embora sempre lamentando sua triste decisão, rezando pela alma de seu bebê e pedindo a Deus poder reencontrá-lo no Céu por toda a eternidade.
Este conto não sei se é real ou não, mas bem poderia ter acontecido — em todo caso, histórias semelhantes realmente ocorreram. Quão diferente é a história do bom e sorridente japonês que salvou seu filho. Que alegria de alma ele levará consigo por toda a vida! E quão grato deverá ser o japonesinho flagelado pelo tsunami, soterrado pelos escombros, mas salvo pelo amor paternal.
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