AFP
Escritora e jornalista especializada em moda, Sophie Fontanel decidiu
há dois anos dar adeus à tintura e deixar seu cabelo ficar naturalmente
branco.
Uma experiência que compartilhou durante todas as etapas com 119.000 seguidores no Instagram e que relata no livro “Une apparition”, que será lançado em Paris na próxima semana.
A tendência de assumir o cabelo branco chegou à Europa vinda dos Estados Unidos e se popularizou há alguns anos: mulheres de 30, 40, ou mais anos, expressaram em sites como “Revolution Gray” (Revolução Grisalha) o fato de estarem fartas de se submeter a pinturas regulares e sofrer com os produtos químicos.
Para Sophie Fontanel, que frequenta a Semana da Moda, trata-se, antes de mais nada, de uma questão estética. Ela reivindica o lado militante de sua opção e, por isso, resolveu converter a própria experiência em algo interativo, ao postar regularmente fotos dos vários estágios de crescimento de seus cabelos brancos.
“Ao constatar minhas próprias reticências em deixar o cabelo branco, me questionei sobre o que isso queria dizer. E disse a mim mesma que seria interessante compartilhar essa reflexão com outras pessoas, para ver a reação delas”, explica.
“Sabia que geraria interesse, mas não a tal ponto! Recebo uma grande quantidade de mensagens em privado que me dizem: ‘olha, também fiz isso’. E me dou conta de que inspirei muitas outras mulheres”, comemora.
“Precisei de certa audácia”, confessa.
“Acho que as mulheres, por causa dos convencionalismos, evitam testar formas diferentes de beleza”, reflete Sophie.
A jornalista, que trabalhou por 15 anos para a revista Elle e hoje tem uma coluna sobre moda na revista L’Obs, quis acabar com todos os preconceitos sobre o cabelo branco: que são muito grossos, que é preciso manter sempre curtos, que os homens não gostam…
Na moda, alguns nomes abriram caminho. A americana Kristen McMenamy, modelo dos anos 1990 conhecida por seu estilo andrógino, resolveu assumir os cabelos grisalhos aos 40 anos. Também frequentadora assídua de Semanas da Moda, a jornalista da edição britânica da Vogue Sarah Harris igualmente exibe uma longa cabeleira prateada.
O grisalho também conquistou estrelas como Lady Gaga e Rihanna, que pintaram seus cabelos com esse tom.
Os cabeleireiros aproveitam a tendência e propõem soluções para acompanhar o período de transição e atenuar o efeito bicolor, explica o diretor artístico da cadeia de salões Maniatis, André Delahaigue.
As vendas de produtos para evitar que o cabelo branco fique amarelado estão aumentando: +28,48% para Franck Provost desde 2016 e +17,85% para Jean Louis David.
“Para as mulheres, os cabelos brancos sempre foram malvistos do ponto de vista estético, já que eram exclusivamente associados à decadência física”, comenta o sociólogo Frédéric Godart.
“Junto com o prolongamento da expectativa de vida e com a afirmação progressiva das mulheres em todas as profissões e nos meios de comunicação, as coisas mudaram: um sinal de envelhecimento se converte em uma opção estética como outra qualquer”, completa Godart.
Mesmo assim, os cabelos brancos das mulheres ainda não são valorizados como no caso dos homens, “percebidos de maneira positiva, por exemplo, como um sinal de sabedoria”, ressalta o sociólogo.
E a pressão social continua sendo muito forte: a escritora Tatiana de Rosnay contou à Paris Match, em 2016, que foi vítima de deboches quando deixou de pintar o cabelo.
“Não tenho medo de envelhecer e mostrar isso”, declarou a cantora Lio, por sua vez, à revista L’Obs
Fonte: Revista IstoÉ
Uma experiência que compartilhou durante todas as etapas com 119.000 seguidores no Instagram e que relata no livro “Une apparition”, que será lançado em Paris na próxima semana.
A tendência de assumir o cabelo branco chegou à Europa vinda dos Estados Unidos e se popularizou há alguns anos: mulheres de 30, 40, ou mais anos, expressaram em sites como “Revolution Gray” (Revolução Grisalha) o fato de estarem fartas de se submeter a pinturas regulares e sofrer com os produtos químicos.
Para Sophie Fontanel, que frequenta a Semana da Moda, trata-se, antes de mais nada, de uma questão estética. Ela reivindica o lado militante de sua opção e, por isso, resolveu converter a própria experiência em algo interativo, ao postar regularmente fotos dos vários estágios de crescimento de seus cabelos brancos.
– Fim dos preconceitos –
“Ao constatar minhas próprias reticências em deixar o cabelo branco, me questionei sobre o que isso queria dizer. E disse a mim mesma que seria interessante compartilhar essa reflexão com outras pessoas, para ver a reação delas”, explica.
“Sabia que geraria interesse, mas não a tal ponto! Recebo uma grande quantidade de mensagens em privado que me dizem: ‘olha, também fiz isso’. E me dou conta de que inspirei muitas outras mulheres”, comemora.
“Precisei de certa audácia”, confessa.
“Acho que as mulheres, por causa dos convencionalismos, evitam testar formas diferentes de beleza”, reflete Sophie.
A jornalista, que trabalhou por 15 anos para a revista Elle e hoje tem uma coluna sobre moda na revista L’Obs, quis acabar com todos os preconceitos sobre o cabelo branco: que são muito grossos, que é preciso manter sempre curtos, que os homens não gostam…
Na moda, alguns nomes abriram caminho. A americana Kristen McMenamy, modelo dos anos 1990 conhecida por seu estilo andrógino, resolveu assumir os cabelos grisalhos aos 40 anos. Também frequentadora assídua de Semanas da Moda, a jornalista da edição britânica da Vogue Sarah Harris igualmente exibe uma longa cabeleira prateada.
– Uma opção a mais –
O grisalho também conquistou estrelas como Lady Gaga e Rihanna, que pintaram seus cabelos com esse tom.
Os cabeleireiros aproveitam a tendência e propõem soluções para acompanhar o período de transição e atenuar o efeito bicolor, explica o diretor artístico da cadeia de salões Maniatis, André Delahaigue.
As vendas de produtos para evitar que o cabelo branco fique amarelado estão aumentando: +28,48% para Franck Provost desde 2016 e +17,85% para Jean Louis David.
“Para as mulheres, os cabelos brancos sempre foram malvistos do ponto de vista estético, já que eram exclusivamente associados à decadência física”, comenta o sociólogo Frédéric Godart.
“Junto com o prolongamento da expectativa de vida e com a afirmação progressiva das mulheres em todas as profissões e nos meios de comunicação, as coisas mudaram: um sinal de envelhecimento se converte em uma opção estética como outra qualquer”, completa Godart.
Mesmo assim, os cabelos brancos das mulheres ainda não são valorizados como no caso dos homens, “percebidos de maneira positiva, por exemplo, como um sinal de sabedoria”, ressalta o sociólogo.
E a pressão social continua sendo muito forte: a escritora Tatiana de Rosnay contou à Paris Match, em 2016, que foi vítima de deboches quando deixou de pintar o cabelo.
“Não tenho medo de envelhecer e mostrar isso”, declarou a cantora Lio, por sua vez, à revista L’Obs
Fonte: Revista IstoÉ